A saúde pública do Distrito Federal tomou a tribuna do Plenário da CLDF nesta quarta-feira (2). O tema repercutiu na fala de diversos parlamentares, que abordaram a demora nas filas para cirurgias, as denúncias de corrupção no Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) e o serviço prestado à população.
Ao introduzir o assunto, o deputado Chico Vigilante (PT) reforçou que o atraso para realizar intervenções cirúrgicas pode agravar diagnósticos que, se atendidos com presteza, seriam reversíveis. Lembrou ainda que, nos casos mais extremos, os pacientes podem falecer enquanto esperam na fila.
Logo depois, a distrital Paula Belmonte (Cidadania) delineou um panorama sobre as principais questões enfrentadas na rede pública. “Brasília tem um orçamento de mais de 1R$ 0 bilhões para o DF e estamos vendo hospitais sobrecarregados, fila de cirurgia e falta de nomeação de servidores da saúde”. Apesar das cifras contempladas para a área, a deputada comentou que a população não tem retorno deste recurso na rede. “Esses dias eu estava no Gama e a dona Fátima, de 84 anos, chorou comigo dizendo que tem medo de ficar doente e não saber o que vai ocorrer com ela”, exemplificou.
Já o parlamentar Gabriel Magno (PT) centralizou o discurso no Iges-DF. O deputado apontou operação do Ministério Público do Distrito Federal e Terrirórios protocolada nesta semana. Trata-se de denúncia de corrupção no âmbito de contrato com a empresa Salutar. Ele enfatizou que a mesma empresa é investigada por condições insalubres na cozinha dos hospitais de Base e de Santa Maria. “O Iges é desvio de dinheiro, falta de transparência, desrespeito à legislação e trabalhadores e, principalmente, desrespeito à população que está pagando muito caro por isso, com a própria vida”, concluiu e clamou pela abertura da CPI do Iges na Câmara Legislativa.
Em junho deste ano, o Colégio de Líderes da Casa decidiu seguir a ordem cronológica de instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI). Isso significa que a CPI da saúde, requerida em maio deste ano , entrou na fila que já conta com pedidos para investigar fraudes na arrecadação do ICMS, a prática de crimes de violência e assédio sexual contra mulheres no DF, bem como a poluição do rio Melchior.
Daniela Reis - Agência CLDF
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